“Procurei todas as técnicas e voltei à simplicidade.
Diretamente: não sou mais moderna e nem antiga, mas escrevo e pinto o que me
encanta...”
Anita Malfatti
Minha escolha pela pintora, desenhista, gravadora e
professora brasileira Anita Catarina Malfatti, vem por ela ser uma das
integrantes do grupo que movimentou a Semana de Arte Moderna de 1922 e pela
exposição revolucionária que ela fez em 1917, que retratou principalmente os
personagens marginalizados dos centros urbanos, o que trouxe muita polêmica e a
desaprovação de muitos artistas conservadores da época.
Apesar dos motivos citados acima referentes à escolha da
artista, as obras retratadas nesses postes não têm necessariamente ligação
direta com esses dois momentos, mas sim uma escolha pessoal de obras que me
tocam atualmente.
Mulher que viveu 75 anos, tendo sua morte em 1964, brasileira
da cidade de São Paulo, nasceu com atrofia no braço e na mão direita, estudou
pintura nas escolas de arte dos Estados Unidos onde teve o contato com o
movimento modernista e na Alemanha com o Expressionismo. Em 1928-1933 passou a
lecionar desenho na Universidade Mackenzie em São Paulo, e em 1933-1953 nas
dependências de sua casa. Foi presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de
São Paulo em 1942.
Samba, 1943-45. Óleo s/ tela (39,9 x 49,3). Col. Gabriel de Castro
Oliveira.
Imagem
pertencente a uma seleção de Paisagens brasileiras de Anita Malfatti, que
retratava uma realidade da época, pessoas em um encontro de “comemoração”, em
circulo alguns tocando violão, outras pessoas sentadas ouvindo, outros
dançando. Há na obra
uma estilização das formas, bem como uma deformação da figura humana - Anita
não conseguia se enquadrar completamente nos padrões da arte acadêmica. As
cores, entretanto, não são naturalistas, embora ainda estejam ligadas ao
objeto.
Tropical, 1917. Óleo s/ tela (77 x 102). Pinacoteca do Estado de São
Paulo-SP.
A obra
apresenta uma mulher de cor de pele miscigenada, carregando um cesto de frutas
tropicais, mais uma vez mostrando a realidade daquela época do Brasil, ainda
com estilização das formas, com certa deformação da figura. Para Anita os temas
regionais se devem a guerra, as batalhas despertavam um sentimento de
nacionalismo, o que a influenciava a pintar obras como essas.
A Boba, 1915-16. Óleo s/ tela ( 61 x 50,5). Col. Museu de Arte
Contemporânea da USP, SP.
Uma das
obras de maior expressão de Anita Malfatti, realizada ainda nos Estados Unidos,
e marca a influencia do cubo-futurismo em sua pintura expressionista. As misturas
das cores laranja, amarelos verdes e azuis, realçadas as zonas cromáticas
delineadas pelas linhas pretas, na maioria nas diagonais – ordenação cubista.
Na fisionomia a expressão anormal e vaga são ressaltadas por traços pretos,
segundo a estética expressionista, irracional e desarmônico.
A Mulher de Cabelos Verdes, 1915 -16. Óleo s/ tela. (61 x51).
Col. Ernesto Wolf, SP.
Essa obra
causou grande alvoroço, primeiro por essa mulher não ter ligação nenhuma com o
movimento artístico, segundo pela deformação da forma em que Anita brincava em
sua pintura, saindo dos padrões tradicionalista da época, e por último pintando o cabelo da mulher de
verde, algo que desagradou a elite provinciana de São Paulo.
O Homem Amarelo, 1915-16. Óleo s/ tela. (61 x51). Col. Mário de
Andrade, Instituto de Estudos Brasileiros da USP, SP.
Essa tela
foi um dos marcos do Modernismo Brasileiro, igualmente “A mulher de cabelos verdes”, esse homem não
tem nenhuma ligação direta com o movimento artístico, a ousadia de Malfatti em
pintá-lo com formas irregulares, com deformação fugindo dos modelos clássicos,
ou seja, o aspecto perfeito que exigiria na época o espectador, causou
indignação a Monteiro Lobato e
fascinação a Mário de Andrade.
Uma estudante, 1915-16. Óleo s/ tela. (76,5 x 60,5). Col. Museu de
Arte de São Paulo Assis – Chateaubriand, SP.
A ideia desse quadro é retratar o psicológico do personagem, utilizando sempre das
formas já empregadas por Anita Malfatti.
Mulher do Pará (no balcão), 1927. Óleo s/ tela. (80x65). Col.
Jenner Augusto Silveira Salvador.
Obra
inspirada numa pessoa anônima, vista por acaso quando Anita caminhava pela rua,
faz parte da coleção de retratos de Malfatti.
Burrinho Correndo, 1909 – 10. Uma das primeiras obras de Anita Catarina
Malfatti.
“Procurei todas as técnicas e voltei à
simplicidade. Diretamente: não sou mais moderna e nem antiga, mas escrevo e
pinto o que me encanta...”
Anita Malfatti
REFERÊNCIAS
htthttps://obrasanitamalfatti.wordpress.com/p://artebrasileira.arteblog.com.br/1474/O-HOMEM-AMARELO/
Nenhum comentário:
Postar um comentário