terça-feira, 21 de abril de 2015

Anita Malfatti

Procurei todas as técnicas e voltei à simplicidade. Diretamente: não sou mais moderna e nem antiga, mas escrevo e pinto o que me encanta...”
Anita Malfatti

Minha escolha pela pintora, desenhista, gravadora e professora brasileira Anita Catarina Malfatti, vem por ela ser uma das integrantes do grupo que movimentou a Semana de Arte Moderna de 1922 e pela exposição revolucionária que ela fez em 1917, que retratou principalmente os personagens marginalizados dos centros urbanos, o que trouxe muita polêmica e a desaprovação de muitos artistas conservadores da época.

Apesar dos motivos citados acima referentes à escolha da artista, as obras retratadas nesses postes não têm necessariamente ligação direta com esses dois momentos, mas sim uma escolha pessoal de obras que me tocam atualmente.
Mulher que viveu 75 anos, tendo sua morte em 1964, brasileira da cidade de São Paulo, nasceu com atrofia no braço e na mão direita, estudou pintura nas escolas de arte dos Estados Unidos onde teve o contato com o movimento modernista e na Alemanha com o Expressionismo. Em 1928-1933 passou a lecionar desenho na Universidade Mackenzie em São Paulo, e em 1933-1953 nas dependências de sua casa. Foi presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo em 1942.

Samba, 1943-45. Óleo s/ tela (39,9 x 49,3). Col. Gabriel de Castro Oliveira.

Imagem pertencente a uma seleção de Paisagens brasileiras de Anita Malfatti, que retratava uma realidade da época, pessoas em um encontro de “comemoração”, em circulo alguns tocando violão, outras pessoas sentadas ouvindo, outros dançando. Há na obra uma estilização das formas, bem como uma deformação da figura humana - Anita não conseguia se enquadrar completamente nos padrões da arte acadêmica. As cores, entretanto, não são naturalistas, embora ainda estejam ligadas ao objeto.


Tropical, 1917. Óleo s/ tela (77 x 102). Pinacoteca do Estado de São Paulo-SP.

A obra apresenta uma mulher de cor de pele miscigenada, carregando um cesto de frutas tropicais, mais uma vez mostrando a realidade daquela época do Brasil, ainda com estilização das formas, com certa deformação da figura. Para Anita os temas regionais se devem a guerra, as batalhas despertavam um sentimento de nacionalismo, o que a influenciava a pintar obras como essas.

A Boba, 1915-16. Óleo s/ tela ( 61 x 50,5). Col. Museu de Arte Contemporânea da USP, SP.

Uma das obras de maior expressão de Anita Malfatti, realizada ainda nos Estados Unidos, e marca a influencia do cubo-futurismo em sua pintura expressionista. As misturas das cores laranja, amarelos verdes e azuis, realçadas as zonas cromáticas delineadas pelas linhas pretas, na maioria nas diagonais – ordenação cubista. Na fisionomia a expressão anormal e vaga são ressaltadas por traços pretos, segundo a estética expressionista, irracional e desarmônico.

A Mulher de Cabelos Verdes, 1915 -16. Óleo s/ tela. (61 x51). Col. Ernesto Wolf, SP.

Essa obra causou grande alvoroço, primeiro por essa mulher não ter ligação nenhuma com o movimento artístico, segundo pela deformação da forma em que Anita brincava em sua pintura, saindo dos padrões tradicionalista da época,  e por último pintando o cabelo da mulher de verde, algo que desagradou a elite provinciana de São Paulo.

O Homem Amarelo, 1915-16. Óleo s/ tela. (61 x51). Col. Mário de Andrade, Instituto de Estudos Brasileiros da USP, SP.

Essa tela foi um dos marcos do Modernismo Brasileiro, igualmente  “A mulher de cabelos verdes”, esse homem não tem nenhuma ligação direta com o movimento artístico, a ousadia de Malfatti em pintá-lo com formas irregulares, com deformação fugindo dos modelos clássicos, ou seja, o aspecto perfeito que exigiria na época o espectador, causou indignação a Monteiro Lobato  e fascinação a Mário de Andrade.


Uma estudante, 1915-16. Óleo s/ tela. (76,5 x 60,5). Col. Museu de Arte de São Paulo Assis – Chateaubriand, SP.

ideia desse quadro é retratar o psicológico do personagem, utilizando sempre das formas já empregadas por Anita Malfatti.
Mulher do Pará (no balcão), 1927. Óleo s/ tela. (80x65). Col. Jenner Augusto Silveira Salvador.


Obra inspirada numa pessoa anônima, vista por acaso quando Anita caminhava pela rua, faz parte da coleção de retratos de Malfatti.












Burrinho Correndo, 1909 – 10. Uma das primeiras obras de Anita Catarina Malfatti.

Procurei todas as técnicas e voltei à simplicidade. Diretamente: não sou mais moderna e nem antiga, mas escrevo e pinto o que me encanta...”

Anita Malfatti












REFERÊNCIAS






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